Reflexões


"A MINHA REFLEXÃO FINAL SOBRE O CNO

(…) não vim para o CNO por minha livre iniciativa, mas sim proposta pelo I.E.F.P.. (…) na primeira vez que estive na Escola estava muito apreensiva e sem saber o que estava cá a fazer e o que me seria exigido fazer ou apresentar. (…)
Posso afirmar agora que estou a gostar muito do processo do RVCC e da maneira como tudo é apresentado e proposto. Em boa hora (…) me abriram novos horizontes e me permitiram compreender que afinal eu podia ter a oportunidade de fazer algo de novo na minha vida, ao cabo de tantos anos de deixar de andar na escola. Os meus receios de não conseguir fazer o que pretendessem de mim a pouco e pouco foram-se desvanecendo, com a ajuda de todos os professores, sem excepção de nenhum. (…)
Talvez os alunos que frequentam o ensino regular possam dizer que é uma injustiça nós nas novas oportunidades conseguirmos com mais facilidade e mais rápido do que eles a equivalência ao 9º ano. Eles lá terão as razões deles, no entanto, eu na parte que me toca, não acho muito injusto, pois praticamente eu tinha a frequência do mesmo grau de ensino, não me sendo reconhecida a equivalência por não ter o exame de aptidão. Como eu, notei que há mais colegas no meu grupo nas mesmas condições.
(…) tive a oportunidade de trocar impressões com pessoas que fizeram o mesmo percurso que eu estou a fazer, mas noutros CNOS e deu-me a perceber que as coisas na Escola Alfredo Reis da Silveira, são muito bem organizadas e apresentadas e mais exigentes. (…) tive a oportunidade de trocar opiniões com uma professora [de outro CNO] (…) Quando eu lhe disse como estava a ser o processo que eu estava a frequentar, ela disse-me “aproveite bem, pois onde anda é muito melhor organizado” (…) logo aqui foi mais um motivo para eu me entusiasmar.
(…) estou a ponderar se não será bom se eu conseguir a primeira equivalência tentar ir um bocadinho mais além. Isto se todo este projecto não for acabando, pois fico muito desanimada ao constatar pela comunicação social, que já vários CNOS foram encerrados, pondo em perigo os postos de trabalhos de tantos profissionais como os anunciados. Parece que como sempre o que pode ter algum benefício para os cidadãos portugueses, logo começa, logo acaba. Por outro lado, fico muito satisfeita também quando oiço declarações de pessoas com uma certa idade que ainda se propõem para estes cursos, para se valorizaram, como ainda há poucos dias ouvi da boca de uma senhora com 97 anos que andava numa escola a fazer estes cursos. Afinal nem tudo é desperdício, mais que não seja para dar melhor qualidade de vida aos nossos idosos, já que a mocidade deles noutros tempos atrasados foram muito difíceis.
Espero ficar com um registo digno para mais tarde mostrar aos meus netos, quando eles tiverem idade para o compreenderem. (…)
(…) Muito tenho a agradecer a todos os professores pela disponibilidade, pelo agrado e compreensão e até por vezes boa disposição apresentada por todos, pois sem estas condições não teria conseguido ter sucesso neste curso. (…)"
 Maria Antonieta Carmo, 15.02.2012